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Mordidas, uma fase que dói



Como pais e profissionais sabemos que cada fase do desenvolvimento das crianças tem suas características, novas conquistas e desafios são comemorados com paixão e alegria por nós, embora também sabemos que nem tudo é cor rosa e que alguns desafios despertam compadecimento e muitas vezes desgosto; como é o caso da fase das mordidas, fase que desperta preocupação nos pais, especialmente quando seu filho é mordido e não o mordedor; mas é claro todos têm sua vez de experimentar essa nova habilidade. Os pais da criança que mordeu se sentem constrangidos e culpados enquanto a família da criança que foi mordida se sente agredida e se questiona com relação aos cuidados que o filho está recebendo no ambiente escolar.


Mas vejamos bem, por que isso acontece? Tem algo errado com meu filho? O certo é que a fase de mordidas é normal enquanto se atravessa a faixa etária entre os dois aos três anos, pois a dentição está mais desenvolvida e eles sentem atração por experimentar o mundo a sua volta com a boca. Conforme Freud, o fundador da psicanálise, definiu como fase oral o período em que a criança sente necessidade de levar à boca tudo o que estiver ao seu alcance, pois o prazer vital está ligado à nutrição.

Por outro lado, esta é uma fase na qual as crianças estão ganhando autonomia corporal e desenvolvendo a linguagem. Eles sentem necessidade de comunicação com o mundo a sua volta, de expressar seus desejos e anseios, e enquanto não dominam estas novas habilidades é natural utilizarem a mordida como meio de expressão de descontentamento e irritação, mas também pode expressar amor e carinho, assim como muitas vezes fazem os adultos ao brincar com os bebês.


COMO TRATAR O ASSUNTO COM AS CRIANÇAS:


Não fique zangado com a criança, mas seja firme, é preciso ter calma quando acontece este comportamento, conversar com a criança, ensinar que dói e explicar que ninguém gosta de sentir dor. Pedir sua ajuda para curar o machucado do amiguinho é fundamental para ir trabalhando a empatia. Descobrir o que motivou o comportamento e mostrar outras formas de expressão; com o tempo, conforme a criança vai aprendendo a se comunicar melhor através da linguagem, começa a trocar as mordidas pelas palavras, conseguindo aos poucos, organizar e expressar seus sentimentos e insatisfações de outra forma.


Devemos lembrar que assim como ela está crescendo e construindo conhecimento enquanto desenvolve habilidades motoras e cognitivas novas, também está se desenvolvendo no aspecto socioemocional em cada uma das ações e experiências criando sua própria individuação.

E por último, como preza Montessori, é preciso ter paciência e respeitar seu tempo, não deixar a frustração e o desânimo tomar conta, pois nossos sentimentos e atitudes também formam parte do ambiente da criança, este não é só na escola e sim em casa, portanto todo comportamento dos pais influencia aos filhos, e se os pais reagem com medo e ansiedade, muito provavelmente os filhos espelhados neles agiram sob essa influência.


Texto por: Lucía Vanesa Vazquez - Psicóloga CRP07/30813

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